janeiro 12, 2012

RADIOAMADORISMO: TRABALHO FUNDAMENTAL, ONTEM E HOJE (A VOZ DA SERRA)

PU1PZP - CARLOS EDUARDO BASTOS FONTÃO (CACA), PRESIDENTE DO GRANF.

http://www.avozdaserra.com.br/noticias.php?noticia=17904

Na tragédia do ano passado, Nova Friburgo ficou sem luz e telefone.

A comunicação foi garantida pelos radioamadores. Muito abnegados, os integrantes dessa categoria—que têm até uma associação—não se limitaram a passar e receber informações.

Também puseram mãos à obra e com seus veículos ajudaram no transporte de pessoas e suprimentos.

O presidente do Grupo de Radioamadores de Nova Friburgo (Granf), Carlos Eduardo Bastos Fontão (Cacá), fala do grande serviço prestado à época e que continua até os dias atuais.

No dia 12 de janeiro do ano passado a cidade se viu sem qualquer tipo de comunicação e os radioamadores é que entraram em ação.

Até ao meio-dia, 17 radioamadores já estavam operando em vários pontos do município, principalmente nos pontos mais afetados.

E todas as informações eram repassadas aos órgãos constituídos, como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Força Nacional e Batalhão de Operações (Bope).

O trabalho era transmitir as informações de cada bairro no sentido de obter resgate, salvamento e ajuda humanitária, como alimentos.

O próprio Cacá, com outras pessoas, trabalhou com seu carro nesse sentido e se deslocava para pontos como o Hospital Unimed, Campo do Coelho, entre outros lugares.

Como os equipamentos dos radioamadores funciona a bateria, na ocasião foi montada uma repetidora no Alto de Olaria.

Com ela a categoria conseguiu cobrir boa parte do município.

Hoje em dia esta repetidora está instalada na Pedra do Imperador e outra está sendo deslocada do Baixo Caledônia para o Altíssimo Caledônia (pico).

Isto facilita o trabalho dos radioamadores, que continua.

No decorrer desse ano a categoria participou de várias reuniões de associações de moradores e do plano de contingência do Conselho de Desenvolvimento de Nova Friburgo (Codenf), entre outras.

Os radioamadores também têm participado dos simulados da Defesa Civil e quando começa a chover forte todos estão de prontidão, como ocorreu no início do ano.

Uma sala de comunicação e reuniões da categoria foi montada na Praça Getúlio Vargas, 92, 1º andar, junto à sede da Cruz Vermelha local, cedida pela prefeitura.

Também foram aplicadas provas para radioamadorismo, pois o número de adeptos aumentou.

Este hobby não é barato.

Para se montar uma estação base, com rádio e antena novos passa dos mil reais.

À medida que a pessoa vai tomando gosto pela coisa, vai querendo ampliar os equipamentos, ao ponto de haver quem gaste até mais de 30 mil reais em sua estação.

O Granf é uma instituição sem fins lucrativos e atua há mais de 20 anos.

As repetidoras também são mantidas através de rateio entre os integrantes.

Depois da catástrofe houve ajuda de outras entidades que, junto com a união das participantes, permitiu a melhoria dos equipamentos das torres.

“E vamos trabalhar para o que for preciso para ajudar a população”, entusiasma-se Cacá.

E complementa: “A gente espera que nada aconteça, mas vai estar de prontidão, o tempo que for necessário para fazer as comunicações necessárias em Nova Friburgo”.

A sede do Granf tem reunião aberta às quartas e sextas-feiras, a partir das 19h, e aos domingos a partir das 10h.

É a oportunidade para bate-papos, troca de experiências e acolhimento aos interessados em ingressar nesse hobby, com informações sobre como proceder, tipos de equipamentos comprar.

“Depois da catástrofe a gente está se organizando cada vez mais.

Até então radioamador era considerado aquele cara que dava interferência na antena dos outros. Agora, não.

Há pouco mais de um mês o Granf foi considerado de utilidade pública, aprovado pela Câmara Municipal, e estamos crescendo para ajudar”, finalizou Cacá.

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