outubro 16, 2016

HISTORIA DO U.H.F



UHF

UHF é a denominação popular das ondas decimétricas, isto é, da região (o espectro compreendido entre 300 MHz (exclusive) e 3 GHz (inclusive).

Dentro dessa gama, encontram-se as seguintes bandas destinadas ao serviço de radioamador:

430 a 440 MHz (banda de 70 cm)
902 a 928 MHz (banda de 33 cm)
1.240 a 1.300 MHz (banda de 23 cm)
2.300 a 2.450 MHz (banda de 13 cm)


Com vistas ao exposto no Item II.2, bem como considerando que, em numerosos países de línguas ibéricas, a banda de 70 cm foi reduzida de 420-450 para 430-440 MHz, impossibilitando a aplicação do plano da VUAC da ARRL. mostramos aqui um plano por nós sugerido para esses países:

430,00-431,900 uso geral, CW, SSB e enlaces
431,90-432,000 banda de guarda de sinais débeis
432,00-432,070 reflexão lunar
432,07-432,08 emissões piloto)
432,10-432,125 CW, SSB e sinais débeis

A esmagadora maioria dos trabalhos de radioamadores em UIIF se executa na banda de 70 em.

432,125-432,175 satélite
432,175-432,400 CW, SSB e sinais débeis
432,400-433,000 emissões piloto
433,000-435,000 entrada de repetidora S4
435,000-438,000 satélites
438,000-440,000 saída de repetidoras

Como os leitores devem ter percebido, nos países onde a banda de 70 cm somente se estende de 430 a 440 MHz, não é possível acomodar ATV (ver Item 16.2) nesta banda.

Essa afirmação é tão elementar, tão lógica e de tal bom senso que muitos leitores acharão até supérflua a sua menção, considerando mesmo desperdício de espaço e de papel.

Afinal de contas, além de constituir um dos princípios básicos da engenharia de espectro - ciência destinada ao uso mais eficiente do espectro para conseguir os resultados desejados o mais economicamente possível -, desde o início das radiocomunicações mundiais, e ainda mais, no radioamadorismo, era, e é, uma diretriz fundamental dar proteção e prioridade a tipos de emissão de banda estreita e à comunicação por sinais débeis, em relação aos tipos de emissão de banda larga e/ou aos de potência elevada.

E, neste caso, tratam-se de proporções de largura de faixa de 100 Hz (para CW) a 6 MHz (TV), e de relações de potência acima de dezenas de decibéis.

Assim sendo, os leitores certamente não iriam acreditar que, em uma das maiores cidades da América Latina, uma estação ATV ocupou durante anos 6 dos 10 MHz de banda disponíveis, inclusive encobrindo totalmente a subfaixa destinada ao serviço satélite amador, apesar dos protestos dos radioamadores envolvidos em trabalhos de satélites, dos operadores com sinais débeis e dos mantenedores de repetidoras instaladas nas proximidades, tudo isto com o argumento de que existia dispositivo legal que proibisse ao radioamador transmitir na banda de 430-440 MHz com tipo de emissão 6MOOF3F (ATV), pois a norma simplesmente estipulava F3F (antigo FS), sem fazer distinção entre 2K7OF3F (SSTV) e 6MOOF3F (ATV).

Como chegamos a essa situação?

A explicação é muito simples. Na maioria dos países, por motivo de compatibilidade, a administração das telecomunicações adotou como modelo os regulamentos da FCC norte-americana.

Acontece que nos Estados Unidos, a banda de 70 cm se estende de 420 a 450 MHz, deixando espaço para ATV.

Isto não é o caso em muitos outros países, inclusive nos de línguas ibéricas, porém os autores de seus regulamentos não lembravam deste detalhe.

O que fazer em tal situação?

Basta pedir às autoridades uma alteração no regulamento, no sentido de não ser permitida a utilização do tipo de emissão 6MOOF3F, em freqüências atribuídas ao serviço de radioamador, abaixo de 902 MHz.

Assim, a banda de freqüência mais baixa onde se poderá operar com ATV é a de 902 a 928 MHz, cujo plano de banda é o seguinte:

902,000-902,800 SSTV, FAX e ACSB (Amplitude computadores Single Sideband)
902,800-903,000 CW e reflexão lunar
903,000-903,050 exclusivamente reflexão lunar
903,005-903,080 emissões piloto em CW
903,100 freqüência de chamada geral em CW e SSB
903,400-903,600 entrada de transponders lineares de banda cruzada
903,600-903,800 saída de transponders lineares de banda cruzada
903,800-904,000 exclusiva para emissões piloto experimentais
904,000-906,000 comunicações digitais
906,000-907,000 FM banda estreita (25 kHz) operação simples
906,500 freqüência simplex nacional de chamada
907-910 entradas de repetidoras, com 119 canais, espaçados de 25 em 25 kHz
910-916 TV amador
916-918 comunicações digitais
918-919 radio em FM de banda estreita, telecontrole e bases remotas
919-922 saídas de repetidoras, com I 19 canais, espaçados de 25 em 25 kHz
922-928 TV amador, spread spectrum e outros tipos de emissão de banda larga

A utilização das duas bandas superiores de UHF, de 23 e 13 cm, já é freqüente nas comunicações por satélite. A subida do OSCAR-13 em modo L está em I 269 MHz, a descida, em modo S em 2 400 MHz, no OSCAR- I I há um beacon em 2 401 MHz, e o futuro satélite francês, Arséne, terá descida em modo F em 2 446 MHz (ver Item 13.2).

Até uns dez anos atrás, a oferta de equipamentos para UHF era muito menor do que para VHF.

Com a saturação do mercado de VHF, os fabricantes japoneses já têm versão de UHF para quase todos os modelos de que dispõem em VHF, tanto no modo FM, como nos modelos all-mode.

Embora as potências disponíveis em UHF, via de regra, sejam inferiores às de VHF, esta circunstância é compensada pelo fato de que em UHF ganhos elevados de antena podem ser obtidos com dimensões moderadas, chegando, assim, à mesma potência ERP efetivamente irradiada, e a uma sensibilidade ainda maior, desde que a antena esteja dirigida com a exatidão necessária.

Houve uma época, na década de 50, em que a fronteira para a grande maioria dos adeptos do radioamadorismo era de 30 MHz. Na década de 60, ela subiu para 54 MHz. Na década de 70, esta fronteira subiu para 148 MHz.

Na década de 80, para 440 MHz. Na década de 90, sem dúvida alguma, a fronteira fica na ordem dos gigahertz. É a evolução natural do radioamadorismo.

Iniciação econômico em UHF

Para o radioamador que já possui equipamento de UHF basta uma antena e uma boa linha de transmissão para iniciar suas atividades.

Quem não quer fazer investimento adicional, pode recorrer a triplicadores de freqüência, a conversares de UHF de construção caseira, a pré-amplificador de UHF, a comutadores de antena e à carga de UHF (descritos no Capítulo 5), bem como aos acessórios mencionados a seguir, neste capítulo.

Refietômetro para UHF

Foi uma surpresa agradável constatar que o refletômetro comum, tipo Hansen, ou o mesmo com outros nomes, fabricado originalmente como sendo de até 60 MHz, funciona precariamente até 440 MHz, obviamente com a potência mínima necessária para a potência incidente chegar à deflexão total (com controle de sensibilidade no máximo).

Ele indica zero absoluto nas freqüências de ressonância das antenas e, mesmo se os demais valores indicados não forem absolutos, permite tirar conclusões utilíssimas sobre o comportamento das antenas e sobre as perdas nos cabos.

O Uso de Antenas de VHF em UHF

Vários radioamadores paulistanos utilizam suas antenas onidirecionais de 2 m em UHF, operando no terceiro harmônico. O que deu melhor resultado foi a antena colinear vertical de quatro elementos, tipo trombone, de 2 m.

Esta antena muitas vezes dá melhor resultado em UHF do que a colinear específica dimensionada para 435 MHz, obviamente dependendo do ângulo de elevação vertical no qual é localizada a outra estação.

O uso desta antena, em duas faixas, resulta em 50% de economia no custo do cabo coaxial.

Alguns amadores, tanto em estações fixas quanto em móveis, estão utilizando antena vertical de 2 m de um quarto de onda também em UHF, com bom resultado.

A antena que não pode ser utilizada em UHF é a de cinco oitavos de onda, de 2 m, pois a bobina desta é para ressonar com a reatância capacitiva da antena na freqüência fundamental e não no terceiro harmônico.

Não devemos esquecer que o padrão dos lóbulos de radiação de uma antena é bem diferente quando usada no terceiro hannônico do que quando na fundamental; consequentemente, as indicações de ganho em 2 m não são mais válidas em UHF.

A antena direcional para UHF considerada nào-crítica para ajuste é o dipolo com refletor de canto. É de fácil ajuste e possui refletores laterais de um ou de dois comprimentos de onda, com ganhos de 10 e de 12 dBi, respectivamente.

Linhas de Transmissão em UHF

Devemos usar possivelmente cabos coaxiais de baixa perda (espuma), pois as perdas aumentam substancialmente com a freqüência.

Quando o comprimento do cabo é excessivo (prédios de apartamentos), é indicado enviar através do cabo o sinal em 144 MHz, e colocar o transversor ou triplicador junto à antena (o triplicador' não necessita de alimentação).

Da mesma forma, é indicado, na recepção, colocar o pré-amplificador junto à antena, antes da linha de descida.

CONECTORES PARA UHF

Em UHF devemos possivelmente evitar o uso dos conectores PL259, conhecidos como conectores de UHF, devido ' à mudança de impedância que introduzem na linha de transmissão.

Os conectores indicados são os do tipo N (para cabo grosso) e os do tipo BNC (para cabo fino, no máximo alguns metros de comprimento para as interligações no shack). Este último não é à prova d'água.


Fonte: QTC BRASIL www.qtcbrasil.com.br

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