O cargueiro Brasilóide foi um navio mercante brasileiro afundado na madrugada do dia 18 de fevereiro de 1943, pelo submarino alemão U-518, no litoral do estado da Bahia, ao norte de Salvador, na região do Farol Garcia d´Ávila.
Consistiu no vigésimo-sétimo navio brasileiro atacado na Segunda Guerra e o primeiro a ser afundado naquele ano.
Pertencia ao Lloyd Brasileiro e era comandado pelo Capitão-de-Longo-Curso Eurico Gomes de Souza.
Não houve mortes.
O navio e sua história
O Brasilóide foi um dos maiores e também um dos mais modernos navios do
Lloyd Brasileiro a ser torpedeado na Segunda Guerra.
Fora construído em 1936, no estaleiro Howaldtswerke AG, em Hamburgo, na Alemanha.
Possuía 136,1 metros de comprimento, 18,7 metros de largura e 7,25 metros
decalado (Nesse quesito, algumas fontes indicam um calado de 9,10 metros.
Feito com casco de aço, possuía um motor a diesel de oito cilindros, com
uma potência de 3.500 HP, o que lhe permitia alcançar a velocidade de 13 nós.
À época da eclosão do conflito, o navio, operado pela Hamburg Sud,
encontrava-se retido no porto brasileiro de Rio Grande, tendo em vista
o bloqueio imposto pelos aliados.
Com o afundamento dos navios brasileiros, ao longo de 1942, bem como a
ruptura das relações diplomáticas e a subseqüente declaração de guerra
ao Eixo, o navio foi formalmente confiscado pelo governo brasileiro em
24 de agosto de 1942, através do Decreto-Lei nº 4.611, e rebatizado de
Brasilóide, passando sua propriedade ao Lloyd Brasileiro, na ocasião,
novamente uma empresa estatal.
O afundamento
O navio, comandado pelo Capitão-de-Longo-Curso Eurico Gomes de Souza e
com uma carga de sal, fibras de algodão e produtos têxteis, havia partido
sem escolta, no dia 17 de fevereiro, de Maceió com destino a Salvador,
na Bahia, em uma viagem de apenas 200 milhas.
Apesar da substancial melhora no sistema de defesa anti-submarina na costa
do Brasil,[nota 1] os submarinos do Eixo, mesmo sem a antiga eficiência, ainda atuavam no Atlântico Sul.
Às 4:15 da madrugada do dia 18 de fevereiro, pelo Horário da Europa Central,
os vigias a bordo do navio haviam divisado, a bombordo, a silhueta de um
objeto, porém, prejudicados pela escuridão da noite, não puderam precisar
se era realmente um submarino.
Uma hora mais tarde, as dúvidas foram dissipadas, quando o rastro de um
torpedo foi visto a bombordo, que logo atingiu o porão nº 3.
Com o impacto, o navio logo parou e, então, o comandante Eurico deu a
ordem para o abandono imediato do navio, que foi realizado em perfeita
ordem, apesar da rápida submersão da embarcação.
O navio foi a oitava vítima do submarino U-518, comandado pelo
Capitão-Tenente Friedrich-Wilhelm Wissmann.
A tripulação usou dois barcos salva-vidas e um bote.
Nos barcos salva-vidas, os náufragos ainda puderam avistar o submarino
disparar mais outro torpedo, que atingiu o navio na altura do mesmo
porão nº 3, porém, pelo lado oposto, estibordo.
Com esse segundo impacto, a estrutura do Brasilóide partiu-se em duas,
afundando a proa em primeiro lugar.
Logo depois, um terceiro torpedo atingiu a popa que se manteve à tona
por algum tempo.
Inapelavelmente, os restos do navio desapareceram sob as águas, ainda
produzindo um ruído sibilante, a cinco milhas (aprox. 9 Km) do litoral,
ao largo do farol Garcia d´Ávila, 60 quilômetros ao norte de Salvador,
Bahia.
Os barcos salva-vidas podiam ser manejados à vela, porém, como os ventos
na ocasião não tinham força suficiente para movimentá-los, os náufragos
decidiram remar até a costa, onde chegaram exaustos, por volta da duas e
meia da tarde daquele mesmo dia.
O Brasilóide ainda não tinha sido armado pela Marinha, e apesar da perda
de um moderno navio, com pouco mais de seis anos de uso, todos os
tripulantes, incluindo quatro passageiros, conseguiram sobreviver.
Lloyd Brasileiro (Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro) foi uma
companhiaestatal de navegação brasileira, fundada em 19 de fevereiro de 1890,
no anoseguinte a Proclamação da República, durante o governo do marechal Deodoro
da Fonseca.
A empresa foi extinta em outubro de 1997, durante o governo do presidente
Fernando Henrique Cardoso com o plano nacional de desestatização
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