maio 05, 2015

ANIVERSARIO DE 150 ANOS DO MARECHAL RONDON





Nascido há cento e cinquenta anos, em 5 de maio de 1865, na Sesmaria do Morro Redondo, em Mimoso, no estado do Mato Grosso, Cândido Mariano da Silva Rondon, filho de Cândido Mariano da Silva e Claudina de Freitas Evangelista da Silva, perdeu os pais muito cedo e foi criado em Cuiabá, pelo tio, de quem herdou e incorporou o sobrenome “Rondon”.
 Seis meses antes, em dezembro de 1864, iniciavam-se os primeiros combates do maior conflito armado da América Latina, a Guerra da Tríplice Aliança, que levaria brasileiros, argentinos e uruguaios a terçar lanças com as tropas invasoras paraguaias de Solano Lopez.
 Foi nesse turbilhão de eventos políticos e de embates de heróis como Caxias, Osorio, Sampaio, Mallet, Villagran, Severiano da Fonseca, Antônio João e tantos outros, que nasceu o futuro Patrono das Comunicações, explorador, construtor de linhas telegráficas, protetor dos indígenas, que ao todo percorreu mais de 100.000 quilômetros de sertão, através de picadas na floresta, caminhos, estradas e rios.
Órfão, oriundo de uma família de poucas posses, optou pela carreira militar, incorporando como soldado, em 1881, no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo, em Cuiabá.
 Como outros jovens, num Brasil de raras oportunidades de ascensão social, viu no Exército a perspectiva de construir seu futuro profissional, ingressando dois anos depois na Escola Militar da Praia Vermelha.
Em 1886, entrou para a Escola Superior de Guerra onde assumiu um papel ativo no movimento pela proclamação da República.
 Fez o curso do Estado Maior de 1ª Classe e foi promovido a alferes, em 1888. Graduou-se como bacharel em Matemática e em Ciências Físicas e Naturais e participou dos movimentos abolicionista e republicano.
Em 1889, Rondon participou da construção das Linhas Telegráficas de Cuiabá, assumindo a chefia do distrito telegráfico de Mato Grosso, e foi nomeado professor de Astronomia e Mecânica da Escola Militar, cargo do qual se afastou em 1892. 
Entre 1900 e 1906 dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras do Paraguai e da Bolívia.
Em 1907, começou a construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antônio do Madeira, era a Comissão Rondon, sua obra mais importante.
A comissão do Marechal foi a primeira a alcançar a região amazônica. 
Nesta mesma época estava sendo feita a ferrovia Madeira-Mamoré, que junto à Comissão Rondon favoreceu a ocupação e integração do que hoje é o estado de Rondônia.
Foram realizados levantamentos cartográficos, topográficos, zoológicos, botânicos, etnográficos e lingüísticos da região percorrida nos trabalhos de construção das linhas telegráficas.
Por sua contribuição ao conhecimento científico, recebeu várias homenagens e muitas condecorações de instituições científicas do Brasil e do exterior.
“A construção da linha telegráfica foi o pretexto. A atividade de exploração cientifica foi tudo” disse o antropólogo Edgard Roquette-Pinto. Rondon foi convidado pelo governo brasileiro para ser o primeiro diretor do Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais (SPI), criado em 1910, foi incansável defensor dos povos indígenas do Brasil. Ficou famosa a sua frase: “Morrer, se preciso for; matar, nunca.”
Entre 1º de outubro de 1924 e 12 de junho 1925, exerceu o comando das tropas legalistas que recalcaram os tenentes rebelados (Tenentismo), liderados pelo General Isidoro Dias Lopes, em Santa Catarina e Paraná, até as barrancas do rio Paraná.
Foi diretor de Engenharia do Exército e, após sucessivas promoções, chegou a general-de-divisão. Em 1930, solicitou sua passagem para a reserva do Exército.
Nos anos 40 tornou-se presidente do Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPI), cargo em que permaneceu por vários anos.
O reconhecimento da obra de Rondon extrapolou as fronteiras do Brasil.
Teve a glória de ter seu nome escrito em letras de ouro maciço no Livro da Sociedade de Geografia de Nova Iorque, como o explorador que penetrou mais profundamente em terras tropicais, ao lado de outros imortais como Amundsen e Pearry, descobridores dos pólos Norte e Sul; e Charcot e Byrd, exploradores que mais profundamente penetraram em terras árticas e antárticas.
Em 1955, o Congresso Nacional conferiu-lhe a patente de marechal, e, no ano seguinte, o então estado de Guaporé, passou a ser chamado de Rondônia em homenagem ao seu desbravador. 
Faleceu, no Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1958, aos 92 anos.
A tenacidade, a dedicação, a abnegação e o altruísmo, atributos marcantes de sua personalidade, o fizeram merecedor, com indiscutível justiça, do título de Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro, sendo sua data natalícia tomada como o Dia Nacional das Comunicações.
Gen Bda CARLOS ROBERTO PINTO DE SOUZA
Comandante de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército


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